segunda-feira, 28 de setembro de 2009

RIP


Cai a noite sobre a cidade. Hoje há menos uma estrela... O céu está menos brilhante, menos belo. Eu, os estudantes, a faculdade, a cidade, o mundo... todos estamos de luto. Uma alma jovem perdeu-se.

Eu sou uma pessoa fria, lido facilmente com a morte e com tudo o que esta envolve... Mas, hoje... senti tristeza no meu coração! Primeiro, porque o suicídio é uma forma extremamente arrepiante de morrer. Talvez nem 1% saiba a coragem que é necessária para cometer tal acto. Uma coisa é desespero, outra é ter espírito, vontade e coragem de pôr um término na nossa vida.

A vida é uma dádiva. É o expoente de tudo o que vamos conhecer. É o que mais se aproxima da definição de milagre!

Contudo, não critico ninguém que já não vive. Seria uma falta imensa de respeito e, além disso, seria infrutífero. Portanto, só posso desejar que a memória da tua pessoa perdure por muitos anos na mente das pessoas... Não pela forma como morreste, mas pela forma como viveste.

Descansa em paz.


O amor que deste nunca vai terminar.

AMS

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Jornada


Sigo as pegadas deixadas na neve. Marcas do sofrimento de incontáveis dias de solidão. Nítido o esforço nos minutos finais. As marcas tornam-se mais desorganizadas mas, ainda assim, mais pernetrantes.


Luto por chegar mais longe do que o meu semelhante. Embora tenha plena consciência que a derrota é o cenário mais provável, gasto todo 0o meu fôlego na tentativa de um milagre.


Milagres. Oh doce ignorância! Depois de tantas provas em contrário deste fantástico fenómeno, continuo a acreditar que é possível que as probabilidades e, consequentemente, a Matemática sejam simples argumentos e, nunca, vistos como dado adquirido.


Deixo de ser um homem de ciência. Sou, agora, alguém cuja mente vagueia pelos cantos da magia, da impossibilidade. Começo a criar em mim um poço de fé e, sobretudo, de esperança. Incrível como isso é reconfortante!


Continuo a jornada enquanto o sol se enfraquece e a noite se apodera do meu mundo. Sendo eu pessoa de luz, só há uma coisa que receio: a terrível e tenebrosa escuridão. Enquanto desce a noite, a minha reserva de fé e esperança é tudo o que me resta.


É isso que me mantém vivo e esperto para tudo o que me rodeia. É isso que me faz sorrir. No fim de contas, a noite é curta e, na manhã fria, as minhas pegadas começam a tornar-se também mais pesadas.


Talvez seja o cansaço ou talvez seja o ar gélido que tento inspirar. Não sei, nem vou chegar a saber.


Pois, enquanto me dirijo ao vale da salvação, sou um homem feliz, aoinda que não complete essa jornada.


A felicidade é, sem dúvida, o som da minha vida.


AMS

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Three years later...


Perdura na minha memória a imagem distorcida da face amigável do amor passado. É fascinante como, tendo passado três anos desde o último beijo, do derradeiro consolo, ainda hoje vejo esse momento, embora de outra forma. Embora a memória teime em reaparecer, ano após ano (era bom...), tenho, hoje, uma visão estranha desse momento.

Já não o vejo com saudade, infelizmente. Porque apesar de ainda provocar, provavelmente, um pouco de sofrimento... mostrava-me que, naquele dia, tinha vivido em plenitude o que defino como amor.

Não sinto, contudo, remorso nem tão pouco ansiedade em não querer relembrar essa memória da mesma forma. Águas passadas não movem moinhos...

Visto que tive a relação perfeita, onde a amizade imperava mas onde o carinho era algo gigantesco... onde nunca, mas mesmo nunca, nenhum de nós magoou o outro em onze meses de namoro, não sei como posso ter saudades disso. Porque uma coisa assim acontece uma vez na vida e, para mim, a palavra saudade é definida como a falta de algo que pode ser recuperado.

Há coisas sem remendo. Esta é uma delas. Não fico triste. Apenas tenho noção, hoje, que nada é inexpugnável. Quando se pensa ter uma relação perfeita... vem o oceano e separa-nos. Para quem pensa que as tecnologias resolvem o problema da distância, eu e ela somos a prova do contrário. Porque se o nosso amor era algo impressionante, brilhante aos olhos de todos que nos caracterizavam como casal... a relação não era de ferro.

Ou, se era de ferro, oxidou.

Enfim, nem sei porque escrevo! Talvez neste momento me apeteça correr até ao aeroporto e entra num avião para os EUA, mas não o faço. Porque correr, sim, poderia perfeitamente... como se não houvesse o dia de amanhã! Mas entrar no avião... não, muito difícil. Já fiquei três vezes no terminal e, como diz a senhora que me trouxe ao mundo:

"À terceira é de vez!"

E foi, à terceira, aprendi o erro.

Sem remorso, sem saudade... mas com a memória. Distorcida, mas feliz.

É verdade, as línguas e a literatura me esperam na faculdade. À terceira é de vez. Finalmente vou fazer o que amo. Obrigado a quem ainda me apoia...

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

What goes around comes around


Eis que toda a minha convicção é derrubada pela força inexpugnável da realidade e da verdade. Acaba por ser um pouco triste quando não nos permitem sonhar... Cortam as bases antes de realmente descobrirmos as arestas. É triste sim, mas é a realidade.

O mundo deu hoje uma volta de 90º. Fantástico como a ilusão antiga pode tornar-se em realidade actual e como a realidade se pode transformar num imenso poço de ilusão. Tudo mudou hoje. Tudo mudou graças a duas conversas. Uma, descontraída, desinteressada mas, pela primeira vez em meses... verdadeira. Foi bom poder ver as coisas como realmente são e não como aparentam. Odeio aparências.

A outra conversa veio completar o que a minha mente já cogitava desde o primeiro diálogo. Quando chega a notícia de que as coisas não são bem como as vemos, a nossa mente tenta atirar o pensamento para algo ainda mais perturbante do que a infalível verdade.

Então, retrocedo. Retrocedo ao tempo em que a paixão visava o rubro e o meu coração tremia estonteantemente. Lembro (e vivo, agora) aquela ansiedade pelo momento do primeiro olhar.
Hoje, posso estar confuso mas agradeço mostrarem-me a verdade, ainda que esta se prove um novo mar de desilusões e mágoas. Sim, quero ser feliz! Mas também quero aprender a existir. E isso é parte essencial para mim. O (talvez) repetir erros.

Agora, anseio por o olhar que faz a minha alma jubilar e faz o meu coração contrair-se sem pausa.

Enfim, será uma daquelas situações em que me tenho de convencer do que mais acredito.

"Afinal ainda há esperança".

Assim espero.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

The Beginning


Hoje acordei com uma vontade estranha de ler o livro que acabei há alguns meses. Estranha porque nunca me tinha acontecido.

Amo escrever e ler no acto o que escrevo, no entanto, não gosto muito de ler 151 páginas que sei de cor e salteado onde o suspense já passou (porque foi criado na minha cabeça...)...

Contudo, lá relembrei alturas da minha vida. Lembro-me claramente do dia em que escrevi o prólogo. Lembro-me que comecei a escrever com lágrimas a escorrer e acabei com um sorriso no rosto mas, também, um aperto no coração. Hesitei muito antes de fazer dessas linhas o começo de algo mas a paixão pelo que amamos fala mais alto, por vezes.

A escrita de poucas linhas implementaram meses de mudança na minha vida. E fico feliz por o ter feito.

Aqui fica:

Um dia, todos vamos morrer. É um facto. Não controlamos o momento, nem tão pouco controlamos o porquê. Se alguém quiser definir aquilo a que chamamos, ocasionalmente, “destino”… terá de afirmar, inevitavelmente, que todo o destino acaba na morte.

É algo sombrio… ter o momento final traçado. Daí, alguns sentiram vontade de acreditar que esse não é o fim. É apenas mais um passo da longa jornada. Talvez o mais difícil. Respostas? Não. Incerteza? Sim.

Todos caminhamos em direcção a algo que nos faz falta. Algo que nos completa. Atreve-mo-nos a tentar a felicidade. Porque, pensamos, uma vida sem felicidade… não é vida.

Todos ansiamos por algo anormal. Aquele "click" que nos faça perceber que é aquilo que devemos fazer. Às vezes, isso até acontece. Contudo, são raros esses momentos. Assim, devemos ser nós a procurar a felicidade. Porque haveríamos de esperar que ela nos batesse à porta, quando ela anda a brincar no nosso jardim?

Temos de abrir a nossa mente… deixar que novas ideias invadam o nosso pensamento. Deixar a rotina do não pensar. Carl Sagan, num dos seus momentos de brilhantismo puro, afirmou: "Descobrir a gota ocasional de verdade no meio de um grande oceano de confusão e mistificação requer vigilância, dedicação e coragem. Mas, se não praticarmos esses hábitos rigorosos de pensar, não podemos ter a esperança de solucionar os problemas verdadeiramente sérios com que nos defrontamos - e nos arriscamos a nos tornar uma nação de patetas, um mundo de patetas, prontos para sermos passados para trás pelo primeiro charlatão que cruzar o nosso caminho".

São lemas, ideias que todos deveríamos instituir no nosso dia-a-dia. Além de nos tornar pessoas mais inteligentes, tornava o mundo em algo melhor. E, nos dias de hoje, é disso que precisamos. Esperança.

Talvez aí, todos possamos ter o nosso final feliz. Talvez a perfeição deixe de roçar o ridículo e anormal e paire pelos lados da normalidade. As histórias de amor poderiam ser perfeitas.

Assim, hoje em dia, não há histórias de amor perfeitas. Escrever uma história perfeita não seria ridículo… seria pura ficção. Até porque sonhar faz sentido… Pena que os nossos sonhos raramente se concretizem.

Só trariam mais esperança. E, reafirma-se, é disso que todos precisamos para sobreviver.

Esperança.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

The road to heaven


Ouve a melodia, deixa-te invadir pela sua beleza. Abre-te ao mundo, mesmo que o mundo não te queira conhecer. Empenha-te, trabalha, estuda, brinca. Vive. Não te deixes levar por aquela melancolia fria e desmedida de quem te rodeia. Ama-os, ainda assim. Mostra-lhes o que é ser humano. Podes sofrer mas podes, também, ser feliz. E, naquele mar gélido de não emoções, felicidade é algo utópico. Eles sonham com ela e, sol após sol, fogem dela.

Limpa as lágrimas, sê forte! Ainda há esperança! Vês as flores, ali? São a prova em como a vida é algo belo e em como tu podes inserir-te nesse mundo sem nunca te sentires excluída. Vês no Outono as folhas a cair... Porém, na Primavera, elas rejuvenescem ainda mais fortes. Completa-se o ciclo e, ao longo desse ciclo, renova-se a esperança num mundo melhor, criado por ti, por mim e por todos os que vivem desta forma. Juntos, ninguém nos supera.

Assim como as folhas ganham força com cada ciclo de vida, também nós ganhamos experiência com tudo aquilo que passamos. Há dias em que nos sentimos a morrer, interiormente. Porém, a glória está na forma como nos reerguemos perante o mundo e nos assumimos como seres fantásticos. Assumi-mo-nos como... humanos.

Não há nada melhor do que sentir que o mundo trabalha a nosso favor e, quando pensei escrever isto enquanto sentia esta chuva de Verão a bater levemente na minha pele, nunca imaginei que o retrato pintado por mim fosse de tal forma belo e tentador.

Não há mal em sonhar. Não há mal em tentarmos viver os sonhos. Porém, a ponte entre imaginação e realidade é ténue e, enquanto tentamos viver esses sonhos, aproxima-mo-nos mais da imaginação do que poderemos imaginar.

Quanto a mim, minha cara, eu continuo a viver como sempre vivi. Com uma corda atada à minha perna e presa à realidade mas com plena noção do local onde encontro a estrada para o sonho. Porque, até agora, nunca conheci alguém que quisesse completar a jornada comigo. A jornada para a felicidade.

Contudo, esse dia vai chegar. E, como sempre estarei preparado para ele, assim como para a eventualidade da sua face não ser nada do que imaginei.

AMS