segunda-feira, 7 de setembro de 2009

The Beginning


Hoje acordei com uma vontade estranha de ler o livro que acabei há alguns meses. Estranha porque nunca me tinha acontecido.

Amo escrever e ler no acto o que escrevo, no entanto, não gosto muito de ler 151 páginas que sei de cor e salteado onde o suspense já passou (porque foi criado na minha cabeça...)...

Contudo, lá relembrei alturas da minha vida. Lembro-me claramente do dia em que escrevi o prólogo. Lembro-me que comecei a escrever com lágrimas a escorrer e acabei com um sorriso no rosto mas, também, um aperto no coração. Hesitei muito antes de fazer dessas linhas o começo de algo mas a paixão pelo que amamos fala mais alto, por vezes.

A escrita de poucas linhas implementaram meses de mudança na minha vida. E fico feliz por o ter feito.

Aqui fica:

Um dia, todos vamos morrer. É um facto. Não controlamos o momento, nem tão pouco controlamos o porquê. Se alguém quiser definir aquilo a que chamamos, ocasionalmente, “destino”… terá de afirmar, inevitavelmente, que todo o destino acaba na morte.

É algo sombrio… ter o momento final traçado. Daí, alguns sentiram vontade de acreditar que esse não é o fim. É apenas mais um passo da longa jornada. Talvez o mais difícil. Respostas? Não. Incerteza? Sim.

Todos caminhamos em direcção a algo que nos faz falta. Algo que nos completa. Atreve-mo-nos a tentar a felicidade. Porque, pensamos, uma vida sem felicidade… não é vida.

Todos ansiamos por algo anormal. Aquele "click" que nos faça perceber que é aquilo que devemos fazer. Às vezes, isso até acontece. Contudo, são raros esses momentos. Assim, devemos ser nós a procurar a felicidade. Porque haveríamos de esperar que ela nos batesse à porta, quando ela anda a brincar no nosso jardim?

Temos de abrir a nossa mente… deixar que novas ideias invadam o nosso pensamento. Deixar a rotina do não pensar. Carl Sagan, num dos seus momentos de brilhantismo puro, afirmou: "Descobrir a gota ocasional de verdade no meio de um grande oceano de confusão e mistificação requer vigilância, dedicação e coragem. Mas, se não praticarmos esses hábitos rigorosos de pensar, não podemos ter a esperança de solucionar os problemas verdadeiramente sérios com que nos defrontamos - e nos arriscamos a nos tornar uma nação de patetas, um mundo de patetas, prontos para sermos passados para trás pelo primeiro charlatão que cruzar o nosso caminho".

São lemas, ideias que todos deveríamos instituir no nosso dia-a-dia. Além de nos tornar pessoas mais inteligentes, tornava o mundo em algo melhor. E, nos dias de hoje, é disso que precisamos. Esperança.

Talvez aí, todos possamos ter o nosso final feliz. Talvez a perfeição deixe de roçar o ridículo e anormal e paire pelos lados da normalidade. As histórias de amor poderiam ser perfeitas.

Assim, hoje em dia, não há histórias de amor perfeitas. Escrever uma história perfeita não seria ridículo… seria pura ficção. Até porque sonhar faz sentido… Pena que os nossos sonhos raramente se concretizem.

Só trariam mais esperança. E, reafirma-se, é disso que todos precisamos para sobreviver.

Esperança.