segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Selectividade

Corta, magoa, exaspera! O tipo acende a alma como isqueiro inesgotável. É aquele que te apunhala pelas costas. É aquele que tem um só propósito. É quem apenas pensa em satisfação pessoal.

A dúvida é compreensível. O tipo é alguém que, supostamente, não interessa nem desperta qualquer atenção. Menosprezável até. Contudo, o olhar é ainda juvenil e o conhecimento reduzido. A dúvida ainda não é dúvida onde pensei que deveria existir dúvida. Sinto-me triste e, acima de tudo, impotente.

Não há louvor em ser o mensageiro da dúvida. Quem sou eu para duvidar que a dúvida pode ser dúvida? Não serão mesmo ciúmes? Poderá ser assim. Fica, não obstante, a sensação, o sentimento de que sou usado como peça importante num jogo magistral mas imensamente mundano. O derradeiro trunfo. O isco.

Ser assim tem vantagem psicológica mas desvantagem emocional. A típica situação avizinha-se. Nos próximos tempos, serei o ombro de quem precisa. Depois de eu ser descartável, ela também o será. Ela! A que eu considero, depois de tanto tempo desde a última vez… aquela que merece o esforço!

Fica a frustração. É certo. Fica a minha indignação. Fica o sofrimento. Nunca será levado. Estranhamente, fica também a desilusão. A desilusão de não encontrar aquela característica que tanto procuro.

Selectividade inteligente.

Talvez um dia.

Talvez nunca.