quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Obrigado. Um ano nosso.

Admito, enquanto pensava o que escrever sobre um ano de amizade única, fui tentado a adoptar um discurso optimista sobre a vida e tudo o que ela significa... Mas, como sabes, isso não sou eu.

Limpa as lágrimas, sê forte. Enche o peito de ar. Sente. Custa-me ser como sou contigo... porque, ao contrário do que acontece com quase todos, se pudesse, deixava-te entrar no meu mundo. Mas, tu própria o disseste, apesar de me aceitares, muitas vezes não me compreendes. Eu sei que para ti algo falta... Mas também sei que para mim, às vezes, é suficiente.

És daquelas pessoas que vivem de sentimentos. Negativos ou positivos...às vezes, até para ti é difícil distinguir... Infelizmente, quando se trata de sentimentos, eu sou muito pouco. Necessito de quantidades paupérrimas para preencher o meu pequenino coração. Daí, a frieza que muitas vezes encontras comigo. Porque às vezes, para mim, o calor que tu tens é algo simplesmente descabido... algo parvo que não se deve ter em conta. O que eu ignoro... é que o tamanho de um coração nunca deve ser subestimado.

Mas, sabes, talvez sejam estas diferenças que nos fazem especiais. Porque são grandes diferenças! E, enquanto nos habituamos (facilmente, na maioria das vezes) a viver com elas... crescemos muito. Torna-mo-nos melhores seres humanos. Torna-mo-nos melhores amigos.

Compreendo a tua frustração e a tua necessidade de presença física... Este é um daqueles casos em que posso mesmo dizer... "Once upon a time...", porque eu também já fui assim... E tenho saudades disso! A verdade é que tu sabes como a minha vida tem sido nos últimos tempos, mas, também, isso nem serve como desculpa.

Talvez o problema seja eu. Eu e as minhas ideologias idioticamente tendencialmente verdadeiras. Porque, desde o dia em que eu nasci... foi na presença física que todas as minhas amizades se esvoaçaram. Sim! Eu sei que tu vais achar que connosco não é assim! Que somos diferentes! E, até, talvez sejamos. O problema é que não estou preparado para abdicar de nós. Um nós tão eu e tu e tão tu e só, às vezes. Por isso, peço desculpa.

Deixa-me escrever sobre o que nunca escrevi. Deixa-me contar uma história sobre alguém que ninguém conhece.

Custa-me pensar que poucos, hoje em dia, têm a infância que eu tive. O brincar todos os dias no campo... O deitar sobre o centeio, passar as mãos nas pontas e sentir-me natureza. Tinha, naqueles tempos, um sítio onde pertencia. Não precisava de tecnologia para ser feliz. Precisava de sol, chuva, terra, vento... calor, frio! Eu, vivia!

Cresci e tornei-me, à custa de coisas nada bonitas, mas inevitáveis, a pessoa que sou hoje. Alguém que provavelmente parece uma criança de 12 anos quando falas com ele mas que tem lá dentro escondido um adulto de 30 anos. Alguém que olha para pessoas de 28 anos e as acha ridículas porque, na verdade, não sabem o que é a vida.

Não sei sobre o que escrevo, mais. Comecei a escrever sobre uma amizade e acabei a escrever sobre o mundo.

Essa, amiga, é a minha sina. E, apesar de me custar viver com ela, tenho a impressão que te custa mais a ti, que não vives assim, do que a mim que o faço dia após dia. Tu, de uma forma estranha, sofres por mim. E, por isso, peço desculpa.

E, desculpa também por este projecto de texto... Mas, hoje, não consigo mais. Não hoje, não assim.

8 comentários:

  1. 1º Nao abdico do nós mesmo que seja sempre 'eu e só', porque sei que nas alturas certas serei 'eu e TU'..

    2º Não peças desculpa por sofrer por ti. Se sofro, é porque quero sofrer !

    3º Temos de falar da última frase !

    beijinho Dré :')

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  2. sem palavras ;O muito lindo seu texto x) de verdade


    estou seguindo *:

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  3. Oh andré.. essa passagem era para outro post xd
    Estava bem sublinhadinha no livro -.-'

    a do espelho tocou-me particularmente, porque eu desde pequena que quando estou mal ou com dúvidas e não tenho mar perto corro imediatamente para a frente de um espelho e lá encontro respostas. É tão estranho. Já toda a gente se habituou que eu fale com espelhos que chore frente a eles que os saude na rua... coiso.

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  4. E' verdade, sinceridade la' em cima x) como dizem os Klepht "embora doa, nada vai mudar" xD

    Esta's 'a vontade, segue a Moise's, Moise's tambe'm te segue a ti x)

    Culpa da Lu? Daquela toto' simpa«tica? Ahaha, e's bem-vindo entao x)

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  5. Miminho para ti no meu blog :)

    28.08.09

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  6. Maninho,
    Continuas imparavel com as letras...
    Adorei,
    Beijinhos
    Cris

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Sou feito de críticas ;)