sábado, 8 de agosto de 2009

Porque sinto e sou...


Sempre sonhei com o dia em que conheceria o mundo. Vivia na ilusão que ia encontrar algo perfeito e harmonioso, com pessoas verdadeiras, sinceras e de bom coração. Um mundo sem maldade ou hipocrisia…

Hoje, como um vidro que atinge o solo e se desfaz em mil e um fragmentos, essa minha ilusão… perdeu-se. Talvez porque a ausência nos faz pensar sobre o que realmente sentimos. Talvez porque aquela conversa nos faz crescer e aperceber de factos que ignorávamos até ali. Talvez, até, porque observamos os erros dos outros e vemos que também nós já passámos essa fronteira.

Abro meus olhos para o mundo e reconheço-o como ele é. Uma pedra de argila ressequida. Prestes a tornar-se pó. Essa é, possivelmente, a melhor metáfora que arranjaremos sobre a nossa existência.

O que senti, naquele momento em que vi uma caixa de madeira embelezada descer até às mãos da eternidade, é indescritível. Porque me fez sentir pequeno demais para tudo isto. As lágrimas, o sofrimento escondido dos mais fortes.

Hoje é o dia em que cheguei a uma conclusão que pode, ou não, mudar a minha vida. Importante é realçar a sua possibilidade… Aquilo que eu sinto… Não é nada! Porque se vivemos na ilusão que os sentimentos não são quantificáveis… enganamo-nos. Podemos não querer quantificar o amor mas deveríamos fazê-lo.

Aí, saberíamos quem nos é importante e quem nos é indispensável. Saberíamos quem são aqueles que se preocupam connosco e aqueles que simplesmente se sentam à margem e vêem a água passar.

Agora? Agora sonho com o dia em que encontrarei o amor perfeito. Porque aprendi a sonhar com esse momento, mesmo acreditando que ele não existe.

Sem esperança, não somos nada.

3 comentários:

  1. ' Aprendi a sonhar ... ' eu gosto tanto de ler isto :')

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  2. Sabes, acho que no fundo todos temos um pedacinho de Buddha dentro de nós, esse acordar do mundo do sonho e ver que o mundo não passa da tal «pedra de argila ressequida. Prestes a tornar-se pó.» mas e daí? aprendamos a sentir as grainhas de areia debaixo dos pés. a dançar sobre elas, a escrever nelas. a desenhar novas formas. a senti-las, a sentir o seu abraço quente. Porque por muito mau, por muito tóxico, por muito ingrato, o mundo sempre abraça..

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  3. "Sem esperança, não somos nada"
    Eu nao a tenho, entao, praticamente nao sou ninguem ...
    Beijinho*

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Sou feito de críticas ;)