domingo, 9 de agosto de 2009

Lágrima

Às vezes somos tentados a fazer um discurso pessimista sobre a vida. A sua incerteza irrita-nos, senti-mo-nos incomodados pela sua peculiar variação. Na verdade, somos todos pequenos insectos comparados com tudo o que nos rodeia. No entanto, mesmo o mais pequeno e insignificante dos insectos é essencial para o equilíbrio de uma natureza a que também nós pertencemos.

Ultimamente, somos tentados a tentar expandir horizontes, explorar novas ideias, ignorando o facto que sempre teremos algum tipo de limitações. Esses limites, aliás, são criados por nós para estabelecer o que é normal e o que é estranho. Uma forma curiosa de definir o que conseguimos fazer e aquilo que sonhamos fazer.
Simplesmente, a maioria de nós passa ao lado do melhor que este mundo nos pode oferecer. Em sentimentos e sensações.

A criança acorda bem cedo, curiosa por toda aquela luz que vem da janela. Levanta-se sem pensar, corre até à porta e sai. Sente-se maravilhada por toda aquela beleza. O sol ilumina o vale e a criança atreve-se a dar mais uns passos. Entra no campo de centeio e passa as suas ténues e inocentes mãos nas sementes. Sente-se feliz por poder viver. Não pergunta porque vive. Apenas… vive. Não teremos todos algo a aprender com as crianças? Porque teimamos em perder toda esta vontade de existir numa fase tão precoce? As respostas são desconhecidas e, como todos sabem, só faço estas perguntas porque também eu já perdi toda a inocência que possuí.

A Lena era tudo isto. Ela tornava o impossível em algo vulgar. Não se importava em fazer algo só porque alguém lhe dizia que não era possível. Expandia os horizontes, não por sede de poder, mas por simples curiosidade. Queria viver sempre mais, sentir sempre mais.

Talvez tenhamos todos algo a aprender com ela, pois foi a única pessoa que eu alguma vez conheci que nunca perdeu a curiosidade e a graça de uma criança. Ela deixa um marco em mim e, penso eu, em vós, muito maior do que alguma vez pensou. Ensinou-nos como devemos enfrentar os obstáculos. Com dignidade, simplicidade, verdade e sinceridade.

Ela é alguém que eu não vou precisar recordar. Porquê? Porque pessoas assim não se lembram porque necessitamos. São pessoas que vivem em nós, mesmo sem querermos. São pessoas que amamos e sempre iremos guardar no coração.”.

4 comentários:

  1. Obrigada pelo comentario '$$
    Mas a sinceridade neste caso nao me vale de nada :(
    Gostei do blog e do texto ^^

    Beijinho *

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  2. A lena :) Tu escreves tão bem *.*

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  3. «não há pessoas extraordinárias, há apenas pessoas normais que fazem coisas extraordinarias» como ser-se genuino sabe bem.
    :') vou seguir.

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  4. Obrigada pelo comentário . As vezes tenho medo de viver mais, e depois sofrer demais :x

    Gostei do texto *.* As palavras :')

    Sigo ^^

    beijinho **

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Sou feito de críticas ;)